Interpretação de Desenho animado | Pica-pau + Chilly Willy

Quem é que nunca assistiu aos desenhos animados do Pica-pau e sua turminha? Quem não conhece o Leôncio e o Chilly Willy? Esse então é aquele pequeno pinguim tão inofensivo, tão fofinho, não é? E o Leôncio? Aquele cara estressado e bobão que vive em “pé-de-guerra” com o pica-pau espertalhão…

De fato são personagens que marcaram a infância de muita gente, inclusive a minha, e ainda hoje continuam fazendo o passatempo da criançada. Mas, por que vim falar desses desenhos? Aconteceu que no Domingo passado, meu pai tava procurando alguma coisa pra assistir na TV e parou no canal da rede Record, o qual transmitia um episódio do Pica-pau. Na verdade era mais de um episódio e neles os personagens principais eram Leôncio, Pica-pau e o pinguinzinho Chilly Willy

A princípio eu nem estava prestando atenção no programa, mas, como quem não quer nada, parei e comecei a observar o desenho e foi aí, então, que coisas muito sutis começaram a chamar minha atenção….e confesso que fiquei admirada de ter visto essas coisas em desenhos tão antigos.

Dias depois consegui encontrar esse episódio no YouTube e deixarei o link dele aqui pra você assistir e entender melhor do que irei falar:

https://youtu.be/cQs4vPJrNls?feature=shared

No primeiro episódio (Nado sincronizado), os protagonistas são o Pica-pau e o Leôncio e, apesar deles sempre se desentenderem, dessa vez eles estão juntos em uma situação na qual são “vítimas” de uma megera. 

Essa megera é uma professora de nado sincronizado para vacas. Isso mesmo. As alunas são belas vacas muito talentosas e eficientes na arte do nado sincronizado. Mas por que eu digo que a professora é uma megera? Porque ela tem um comportamento bem típico de bruxas de desenhos animados, até a aparência dela remete a isso. Veja bem: não tô dizendo que mulheres com a aparência como a dela são bruxas. Quero dizer que pelo que conheço dos desenhos animados, existe um padrão físico e comportamental de personagens bruxas e vilãs.

Pica-pau e Leôncio resolveram, então, fazer aula de nado sincronizado. Não sei exatamente se decidiram fazer isso porque queriam aprender a arte, ou se seria um pretexto pra mergulhar na piscina, pois o dia estava muito quente. 

Quando eles chegam na beira da piscina – já devidamente uniformizados com a roupa de banho rosinha igual a das vacas – começam a testar a temperatura da água, mergulhando a ponta dos pés na piscina. Preste atenção nisso, porque é algo que chamou minha atenção e falarei o que interpretei. 

Enquanto isso a professora – que mostrava claramente ser uma mulher chata, exigente, insensível e impaciente – estava frenética e agitada…louca para iniciar a avaliação. Ela viu que Pica-pau e Leôncio estavam de enrolação pra começar a aula, então imediatamente ordenou o início do teste: “Vamos, meninas!” 

Quando ela disse isso, mais uma vez minha “antena” apitou (risos). Peraí, ela disse “meninas”. Preste atenção nisso também, porque irei comentar daqui a pouco. 

Enfim. Esses dois fatos pontuais, que mencionei, me chamaram a atenção para algo muito sutil e aparentemente inocente, mas que se analisados a fundo, têm um significado estratégico. 

Como se trata de um desenho animado, tem muita ficção e coisas (conceitos, vocabulários, tratamentos) que acabam passando batidas… mas, e se não fosse um desenho animado? Se aquilo que aconteceu no desenho tivesse acontecido com pessoas reais, será que a gente continuaria achando algo normal e aceitável?

Vamos à análise então. 

● Por que Pica-pau e Leôncio se vestem com roupas femininas? Se existe roupa de natação para homens, qual a necessidade deles usarem a mesma roupa que as “vacas nadadoras” usam? Parecia ser algo super normal e eles não se incomodaram em nenhum momento com aquilo. Como homens foi estranho não sentirem nenhum desconforto usando roupas delicadas e femininas. |Você vai me dizer que Pica-pau é um animal e não um homem, mas, na ficção, ele é a figura do masculino e todo mundo sabe disso. A partir do momento que você têm, nos desenhos animados, personagens representando ou o masculino ou o feminino, fica muito evidente quando eles se comportam como o gênero oposto. 

Mas, é aquilo que eu disse, né…quando se trata de desenho animado, as pessoas não percebem muito essas incoerências, de um homem usando roupa de mulher, por exemplo. Se tem adulto que não percebe, as crianças então é que não vão perceber mesmo porque é normal que elas vejam o mundo da fantasia/ficção como algo natural, e é por isso que os adultos responsáveis – os pais – precisam ensinar aos seus filhos que o desenho mostra uma coisa que, na verdade, deveria ser vista como algo estranho.  

E não me venha falar de preconceito, porque a curiosidade sobre esse assunto só deveria ser estimulada nas crianças anos mais tarde. A verdade é que muitos desenhos animados não respeitam a fase de desenvolvimento infantil. Já querem normalizar pra elas aquilo que é parte do mundo dos adultos. E outra coisa: os desenhos não respeitam a educação que os pais dão aos filhos, pois ensinam às crianças coisas que nem sequer os pais mencionaram pra elas. Isso é ou não passar por cima da autoridade dos pais, de forma sutil e disfarçada de entretenimento?

E se você me disser “Ah, mas o mundo sempre foi assim, e as crianças acabam convivendo com essa realidade “, digo a você que o mundo não é obrigado a ser assim e se ele é, foi porque muitas pessoas se acomodaram e resolveram abaixar a cabeça pra mídia que burla a autoridade dos pais sobre os filhos, ou seja, o mundo é assim porque muitos foram negligentes na educação dos filhos e agora que eles já são adultos, terão filhos e farão a mesma coisa que seus pais fizeram. E assim muitos conceitos errados se tornam normais e culturais. 

● Por que a professora chama o grupo de “meninas”, se ela sabe que Pica-pau e Leôncio estão no grupo? Aí você vai me dizer que ela faz isso porque os “princesos” estão vestidos de roupas femininas. Sim, é essa a intenção do desenho: mostrar que não faz diferença se um homem veste roupa de homem ou de mulher. Se ele veste roupa feminina ele pode ser chamado de mulher, sem problemas. O desenho ensina que o gênero não tem valor algum e que todos podem ser o que quiser: homem ou mulher, menino ou menina. O Pica-pau e o Leôncio resolveram, naquele dia, ser meninas que praticam o nado sincronizado. Hoje nós vemos uma sociedade na qual homens vestem roupas femininas e são vistos como mulheres. Que coincidência, não? 

É o que eu disse: desenhos animados (e até filmes e novelas) tem o poder de criar culturas e influenciar a forma de pensar. 

● Você reparou no comportamento da professora de natação? Eu havia dito que ela é uma megera, chata, impaciente, mas além disso, ela se assemelha ao que? Será que ela seria o estereótipo de uma mulher feminina? Perceba que ela dá aulas para vacas (que no desenho representam o feminino), mas ela não se comporta de forma feminina.  

A meu ver, essa professora tá mais pra masculinizada do que pra feminina. Ela tem todas as características de uma mulher nada feminina. E quando digo isso, não estou me referindo a orientação sexual, necessariamente. Pode até ser, mas, a princípio, o que eu interpretei da personagem foi uma mulher que é grosseira, mal cuidada, sem vaidade, ranzinza, estúpida, sem trato, sem gentileza, etc. Ou seja, uma mulher problemática e que não se ama. Quem sabe isso explica o fato dela achar normal Pica-pau e Leôncio vestidos de mulher? Pois uma mulher realmente feminina e saudável vai saber respeitar o gênero do outro. Chamar um homem de mulher ou vice-versa é não respeitar o gênero da pessoa. 

Outra coisa é que a ciência explica que quando a mulher está em equilíbrio, ou seja, vivendo na sua polaridade feminina, ela é menos estressada, menos grosseira, mais empática, mais respeitadora, menos precipitada, menos histérica. Isso porque quando ela é menos racional (e mais emocional sem dramas), ela é mais leve e mais mulher. E é aí que ela é mais forte. Sim, a verdadeira mulher empoderada não é aquela com características comportamentais masculinas, mas sim, aquela que vive sua feminilidade de forma saudável e equilibrada. 

Bom, acho que falei o que eu queria falar. Essa foi a minha interpretação do primeiro episódio do desenho. A seguir falarei sobre o Chilly Willy! 

Sobre o segundo episódio, temos o pequeno pinguim em um quartel aprendendo a ser um recruta. No início parecia que ele era um inocente, que fazia tudo errado por ignorância mesmo, mas a medida que a estória vai se desenvolvendo, dá pra perceber que ele é um baita de um oportunista, malandro e egoísta. Parecido com o Pica-pau, porém aparentando mais ingenuidade. 

Nesse episódio o protagonista ensina que vale a pena prejudicar os outros para satisfazer suas necessidades, como dormir, por exemplo. Em todo o tempo, o pinguim olhava as oportunidades como possibilidade dele deitar e dormir, ao em vez de assumir suas responsabilidades. E pior que isso foi o final, quando ele quase deixou o seu superior morrer, e quando ele foi promovido a uma patente maior. E o que aconteceu com o superior dele? Foi preso! Preso injustamente, pois quem provocou o problema foi o pinguinzinho preguiçoso e inocente. Conclusão: a criança aprende que vale a pena passar por cima dos outros dando uma de sonsa, e além de realizar suas próprias vontades ela toma o posto/ lugar do outro. O errado passa a ser certo, e o certo passa a ser errado.

 

Agora, cá para nós…pra quê ensinar isso a uma criança? É por isso que mais uma eu vez eu digo, que os pais e responsáveis precisam ficar de olho no conteúdo que suas crianças (e adolescentes) consomem! Se você notar algo estranho e incoerente no desenho animado, fale pra criança. Não deixe personagens fictícios educarem os seus filhos. Se você não concorda e não faria aquilo que os personagens fazem, não fique calado. E se você faz aquilo que eles fazem, saiba, pelo menos, que eles tem o direito de aprender a fazer diferente de você. Não se esqueça de que nesta vida, quem planta colhe e você pode acabar pagando muito caro por permitir que seus filhos aprendam valores invertidos. 

—–por Prila Fernandes (Escritora e Psicopedagoga clínico-institucional)

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Fahrenheit 451 – Resenha

Terminei de ler o livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, há cerca de 1 mês (ou quase isso). Ultimamente não tenho feito as resenhas dos livros assim que termino a leitura. É que, na maioria das vezes, não dá tempo de parar pra me dedicar na Resenha, e como quero escrever algo bem escrito, acabo procrastinando. Mas tentarei não fazer isso em 2024

Na verdade, a resenha de Fahrenheit foi feita anteriormente em forma de vídeo, no meu canal do YouTube:

https://youtu.be/ZlNzvhzi2TA?si=185x7lbIamSc40l9: Fahrenheit 451 – Resenha

Gravei uma sequência de 3 vídeos sobre minha leitura do livro que é uma ficção científica clássica da literatura mundial.

Mas, voltando pra cá, pra Resenha…o que posso resenhar sobre o famoso romance de Ray Bradbury? A primeira vez que ouvi falar dessa obra, foi através de uma professora de Contos do curso online “Conto – A escrita do nocaute” do Carreira Literária. Pelo que aprendi, Ray Bradbury é um especialista em ficções científicas e, ao escrever Fahrenheit 451, inspirou-se no próprio local onde ele redigiu a história: uma biblioteca. Sim, ele escreveu a obra dentro de uma biblioteca.

Fahrenheit 451 fala sobre uma sociedade distópica, onde valores são invertidos, inclusive funções profissionais, como por exemplo, a profissão de bombeiro.

Na trama de Bradbury, os bombeiros ao invés de apagar incêndios, queimavam livros! Isso porque nessa época as casas eram extremamente resistentes ao fogo, e, assim, não havia mais incêndios. Portanto, para que bombeiros não ficassem desempregados, novas (e absurdas funções) foram-lhes dadas. .

Mas, por que será que justamente os livros eram incendiados? Acontece que livros, de fato, são sinônimos de conhecimento. E o que o conhecimento faz? Sendo verdadeiro, ele mostra a verdade, orienta, transforma, etc. Quando as pessoas adquirem conhecimento elas simplesmente tornam-se poderosas. Já ouviu o ditado “Conhecimento é poder”? Pois, então. 

Guy Montag era um dos bombeiros que queimavam livros e, para a sua surpresa, ele não é um vilão, mas sim o protagonista da história.

Montag parecia ter uma boa vida – tinha esposa, tinha casa, tinha comida, tinha acesso às facilidades trazidas pelo estilo de vida moderno, tinha amigos do trabalho, tinha emprego – mas não tinha satisfação na vida que levava. Montag seguia o fluxo da vida sem questionar e sem pensar muito. Sua vida profissional era quente, devido ao seu tipo de trabalho, mas sua vida pessoal e familiar era fria e gélida. Não havia diálogo entre ele e sua esposa, uma mulher completamente alienada.

Tudo começa a mudar quando ele faz amizade com sua vizinha, a jovem Clarisse. Em minha opinião, Clarisse representa nossa essência…nosso eu artista, nossa criança interior. O papel de Clarisse na história é fundamental para que Montag volte a ser mais humano, mais vívido… Ele passou a reflitir na vida medíocre que levava.

A pureza e feminilidade de Clarisse, misturadas com sabedoria e ingenuidade, acenderam a chama outrora apagada dentro do coração de Montag. Ele entendeu que havia um motivo melhor para o qual viver, e os livros tinham alguma ligação com isso. Foi aí que Montag começou sua jornada em busca da verdade e do porquê fazia o que fazia…por que ele tinha que queimar livros.

Montag passou a incomodar-se com a letargia, ignorância e alienação de Mildred, sua esposa. Tentava ajudá-la, mas em vão. As atitudes do bombeiro inconformado com a sociedade na qual vivia despertaram a atenção de seu chefe , que passou a persegui-lo silenciosamente.

Por fim, o segredo de Montag foi descoberto e ele precisou fazer uma escolha difícil. Pela atitude extrema que tomou, tornou-se procurado pelo Estado e teve que fugir.

Uma coisa interessante dessa sociedade distópica e futurista é que os cachorros (Sabujos) eram de aço e metal. Eles eram como máquinas farejadoras, usadas para caçar livros escondidos e perseguir criminosos.

Durante a fuga, o protagonista Montag conhece um grupo de homens que também eram fugitivos do Estado, por causa de livros. Mas eles tinham uma estratégia peculiar para manter o conhecimento sem deixar rastros: decoravam o conteúdo dos livros e eram chamados pelo título do livro!

Montag escolheu decorar trechos de Eclesiastes e Apocalipse – livros emblemáticos da Bíblia, o livro mais famoso do mundo. E Bradbury deu tanta importância a isso que, acredito eu, ele teve inspiração em Apocalipse para escrever Fahrenheit 451, pois tudo dá a entender que Montag tem uma nova oportunidade de viver em uma nova terra, curada de toda injustiça. Uma terra onde a árvore da vida traria o verdadeiro conhecimento. Este é o verso bíblico que encerra a obra:

“No meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que frutifica doze vezes por ano, una por mês, as folhas da árvore servem para a cura das nações.” – Apocalipse 22:2

Acredito que nossa sociedade atual é bem parecida com a sociedade de Fahrenheit 451. Durante a leitura, identifiquei algumas similaridades da ficção com o contexto real. Por exemplo, as “famílias nas paredes” das casas são como os serviços de streaming atuais, ou os grupos dos aplicativos de mensagens. Mas, será que nossa sociedade está prestes a queimar livros? Penso que isso nem precisaria acontecer, pois a cultura tem se deplorado cada vez mais… e aquilo que é dito no livro da Bíblia, que o mundo um dia será destruído pelo fogo… também pode ter sido inspiração pra Bradbury e nos leva a refletir sobre o caminho medíocre que nossa sociedade tem trilhado

—por Prila Fernandes

E-book sobre Saúde e Beleza

Ola, pessoal! Meu site aqui agora também faz parte dos meus Negócios. Estou revendendo e também escrevendo e-books…

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—Prila Fernandes (Educadora, Escritora, Consultora de Imagem e Empreendedora)

Resenha: “Amor e Gelato”

Vou falar do livro de romance que li recentemente: o romance que li mais rápido até hoje! Isso me mostrou que é possível ler romances – aquelas narrativas tipo um novelo de lã com vários capítulos – em curto espaço de tempo. 

Há quase exatamente um ano (foi entre Agosto e Setembro) vi o livro Amor e Gelato, pela primeira vez, numa prateleira das Lojas Americanas. Ele estava à venda e sua capa me chamou a atenção: a ilustração de dois sorvetes (um é rosa e o outro, verde) um ao lado do outro, porém um dele de cabeça para baixo. Uma capa de livro bem fofa, sabe? A capa não tem textura fofa, mas ela transmite o sentimento de leveza, doçura, fofura e coisinhas gostosas da vida.

E, justamente naquela semana que vi o livro, eu tinha tomado um gelato de chocolate belga no Viva Itália: uma gelateria e restaurante italiano na cidade de Teresópolis – RJ. Eu estava passando alguns dias na casa da minha tia, e, volte e meia, saía para dar uma volta nas redondezas…por isso conheci o Viva Itália e, depois, o “Amor e Gelato”.|

Eu confesso que nunca fui fã de sorvete, mas sempre gostei de tomar…e, recentemente, descobri que, além dos sorvetes, existem os gelatos também. Gelatos são os sorvetes italianos, e como são deliciosos! Verdadeiro espetáculo de delícia gelada…se você nunca experimentou, experimente

O tempo passou e não ouvi mais falar desse livro, nem o vi em lugar nenhum, até que, em um belo dia de trabalho, eu observava os livros na estante da biblioteca do colégio e me deparei com quem? “Amor e Gelato”! 

Fiquei surpresa e contente…”Tem esse livro aqui!”, pensei. Então, não pensei duas vezes: peguei logo o livro para ler e em apenas 1 dia consegui ler 4 capítulos. Isso para mim foi um recorde, porque há muito tempo eu não tinha esse ritmo de leitura. Não demorou muito para eu perceber que estava com um excelente livro em minhas mãos.

O início da leitura parecia tão diferente do título e da capa do livro… A história já começa em um tom nada doce, nada divertido. Mas foi só a Carolina (Lina) chegar em Florença, na Itália, que tudo começou a ganhar sentido, principalmente após ela receber o Diário que pertencera a sua mãe, quando ela era jovem. 

Mood boards inspirados no livro e no filme “Amor e Gelato”.

Isso mesmo: um Diário. Além do leitor ter o privilégio de ler uma boa história, ( que é um romance), ele também pode ler um Diário dentro do Romance. A autora do livro –  Jenna Evans Welch –  teve uma brilhante ideia ao mesclar dois gêneros de texto numa só história. E essa mistura ficou tão boa quanto dois gelatos de sabores diferentes juntos em uma mesma casquinha!

Durante minha leitura, havia momentos em que eu sentia que estava lendo uma história apaixonante de 2 casais (leia o livro para entender por que tem mais de 1 casal), mas havia outros momentos em que eu me sentia numa história de aventura, percorrendo as ruas de Florença e Roma (junto com Howard, Lina e Lorenzo), às vezes de carro, às vezes de lambreta… e havia momentos em que eu me sentia numa história de investigação policial e suspense. Quantos sabores diferentes neste livro, não é mesmo? A autora está de parabéns por trazer tanta variedade com frescor e equilíbrio, e de uma maneira tão próxima, tão informal e natural.

A linguagem do livro é muito cativante, e, apesar de ser no estilo coloquial, aborda temas eruditos nas áreas de cultura e artes. Enfim, o leitor de “Amor e Gelato”, tem muitas experiências durante a leitura…ele viaja, aprende coisas novas, conhece lugares, pessoas e costumes…aprende até palavras em italiano! Quer ver algumas?

 ● “Gratziei”

● “Arrivedente!”

● “Ciao, bella! Cosa fai stasera?”

● “Dove vai?”

● “Che peccato”

●”Ragazzi, dai”

● “Stracciatella” (esse é referente a um sabor de gelato especial)

● “Un cono con bacio, per favore” (esse “bacio” me fez lembrar da gelateria “Bacio di Latte” aqui do Brasil)

● “Perche? Non ti piaccio?”

● “Stronzo” (palavra dita, na história, em momentos de raiva entre duas pessoas)

● “Prego. Terzo piano”

E tem muito mais palavras e termos em italiano neste livro! A impressão que dá é que Jena Welch queria nos ensinar a falar italiano. E, realmente, o que dá vontade de fazer é estar lá no cenário da história, isso sim…tomando gelatos, provando cornetos de nutella, se lambuzando de molhos de tomate de pizzas e macarronadas

“Havia montanhas enormes de gelato colorido com pedacinhos de frutas ou espirais de chocolate em recipientes de metal, e todas pareciam ter a capacidade de melhorar meu dia em novecentos por cento. Chocolate, frutas, nozes, pistache…Como escolher?…” (Lina – Trecho de “Amor e Gelato”)
Uma sugestão é ler o livro junto com um dicionário Italiano, apenas pra conhecer novas palavras

Para concluir, a história aborda temas como orfandade, ausência paterna, a mulher mãe solteira, estereótipos e narcisismo. Fala do processo de amadurecimento de uma típica adolescente norte-americana que é cheia de questionamentos e conflitos internos, e tem sua vida completamente mudada após o falecimento de sua mãe…e aquilo que poderia ser o final para ela, a protagonista Lina, na verdade é o começo de uma nova vida

|Sobre o romance dela com o…Não. Não irei falar o nome dele porque a graça da história é você saber durante a leitura. Mas posso dizer que Lina fica dividida entre dois amores… e ela toma muito gelato, come muita pizza, macarrão e corneto…e, por falar nisso, estou querendo um gelato agora mesmo….tá fazendo um calorão de Verão na Primavera!

Bom, o que posso mais te dizer é: leia “Amor e Gelato”-  o livro tão gostoso quanto gelato – e até a próxima resenha! Acho que vou dar uma voltinha por aí de lambreta…quem sabe acho uma gelateria ou cantina pelo caminho? “Ciao”! 😉🍦🇮🇹

The Flash – Worlds Collide (Resenha)

Ontem, dia 17/06, fui ao cinema assistir ao filme “The Flash”. O filme estreou no dia 16, ou seja, acabou de sair do “forno” e pra mim foi uma novidade ter ido assisti-lo, pois eu nunca havia visto nada sobre esse super herói pra lá de elétrico da DC. O filme tem uma pegada bem psicológica, e tem muito sobre física quântica.

Eu já tinha visto filmes de outros heróis da DC e Marvel, mas não sabia quase nada do Flash, nem nunca li nada sobre ele nas HQs – na verdade, sobre nenhum super herói  (risos) – porque nunca fui uma pessoa “geek”, mas sempre achei super heróis bastante atrativos e interessantes…e inspiradores até.

O que eu sabia até hoje sobre o Flash é que ele se veste de uma roupa vermelha bem grudada no corpo e que usa dois pequenos “raios de relâmpago ” na cabeça. Outra coisa é que sei que a frase “fulano(a) é  The Flash” sempre foi usada para dizer que alguém é muito ágil e veloz no que faz.

A princípio achei o filme bem acelerado logo no começo. Deu até um pouco de agonia ao ver o personagem Barry Allen tremendo o dedo mindinho e apressando o balconista da lanchonete. O motivo era que ele estava com fome e com pressa. Deu pra ver que ele é um cara extremamente impaciente, elétrico, ansioso e, talvez, tenha algum tipo de TOC (Transtorno Obssessivo Compulsivo).

O lado fraco dele fica exposto logo nas primeiras cenas, quando é visto por transeuntes no meio da rua e pede que um deles lhe dê um pedaço de chocolate para comer. Seu problema é ficar sem comida e, de fato, ele só consegue fazer o que faz porque se alimenta. Mesmo tendo “poderes sobrenaturais”, ele não pode ficar sem se alimentar e quanto mais trabalha sendo veloz, mais fome sente. Além disso, Flash tem a personalidade bastante cômica.

O filme fala, basicamente, sobre viajar no tempo a fim de evitar/consertar situações desagradáveis da vida pessoal. Acho que quem escreveu o roteiro quis mostrar a teoria do metaverso, ou seja, que existem mundos paralelos ao nosso e eles estão em tempos diferentes. No caso do protagonista, ele consegue transitar nessas realidades de tempos diferentes. Ele encontra-se consigo mesmo aos 19 anos de idade, por exemplo.

Eu não sou estudiosa desses assuntos, mas não acredito em metaverso. Acredito sim que existe um mundo espiritual que é invisível aos nossos olhos humanos mas que existe e tem influência sobre a realidade na qual vivemos. Agora, se o tempo é linear ou não e se é possível viajar nele, isso eu não sei. Há teorias científicas que falam sobre essas questões do tempo, mas não irei entrar nesse assunto.

Barry Allen, o Flash, nos apresenta uma ferida de infância que parece não ter sido curada ainda. Eu não fazia ideia do que ele havia passado, mas, pelos históricos de outros super heróis, era de se esperar que Flash também possuísse alguma dor na alma.

Parece que correr já é algo que ele precisou fazer desde o dia em que vivenciou uma tragédia em casa. E, desde então, continuou “correndo” atrás de uma solução para mostrar que seu pai era inocente e não merecedor de uma cadeia.

Flash descobriu um caminho, uma fenda no tempo talvez, no dia em que quase explodiu de raiva e dor na alma e, por causa, disso conseguiu voltar no tempo. Ele pensou ter encontrado uma solução, mas poderia ser algo muito arriscado. E foi o que aconteceu – fez uma bagunça no tempo. Tanta bagunça que nem entendi o final do filme (risos) e nem sei como explicar o restante da reseha aqui.

Para finalizar, irei destacar algo que achei interessante no filme. Barney volta no tempo e interage consigo próprio. Do início ao final, são dois Flashes que atuam na história. Se eu fizesse uma analogia aqui, diria que o Barney do presente representa o Eu crítico, que amadureceu pelos conflitos da vida, e o Barney do passado é a Criança interior, ingênuo e que só quer saber de brincar. Não leva nada a sério e não tem consciência da realidade dura da vida.

Foi preciso o Barney do presente voltar ao passado e “liberar” a dor (gesto representado ao deixar o ursinho de pelúcia no carrinho de supermercado) em relação a perda de sua mãe. Ele disse tudo o que gostaria de ter dito a sua mãe, antes dela falecer, e depois disso voltou ao seu tempo presente, no qual estava no início do filme. Além disso, conseguiu provar a inocência de seu pai e livrá-lo da cadeia.

Podemos tirar algumas lições desse processo de amadurecimento do personagem Flash. Há momentos em nossa vida em que nossos mundos internos colidem e é quando nos encontramos conosco mesmos, mas precisamos entender que não temos o controle sobre o tempo. Muitas coisas acontecem não por escolha nossa. No final de tudo, as dores que o tempo nos causou se transformam em cicatrizes e nos fortalecem.

–por Prila Fernandes

Um Outro Dia – Quando as escolhas da vida são caso de vida ou morte

A capa do livro já resume, mais ou menos, a essência da obra literária de Felipe Folgosi: o facho da luz da verdade está, constantemente, sobre cada vida humana…A questão é: cada pessoa abrir seus olhos e enxergar essa luz, deixando-a entrar em seu ser. Vale lembrar que esse livro ganhou o prêmio do Ministério da Cultura…

Você pode adquirir diretamente com o autor e receber a dedicatória dele. Acesse a Página do Facebook: Aurora HQ.

Abrir os olhos é algo que o protagonista Roberto (Beto) custou a fazer. Vivia sua vida pensando em si próprio, com seus olhos da alma e do espírito fechados para aquilo que deveria enxergar. Sim, ele tinha motivos para levar uma vida amargurada e infeliz, mas se esquecia de que os outros ao seu redor não eram perfeitos e não tinham participação em suas escolhas. Beto escolheu viver sua vida se vingando daqueles dos quais exigia perfeição…e isso lhe custou a vida.

Talvez nem todos consigam vingar-se (e auto destruir-se) tão bem sem a presença de uma “boa” companhia, e, na história de Beto o elemento “amizade” fez toda a diferença. Como diz o ditado: “Diga-me com quem anda e te direi quem és”, o personagem principal se tornou naquilo em quem ele cegamente acreditava – no seu amigo Pedro (Pituca). Beto tornou-se como ele e, por causa disso, se meteu em tremendas furadas.

A trama destaca outros fatores muito importantes sobre a vida e seus valores, como, por exemplo:

1 –  Honrar os pais, independente do erro que tenham cometido em seus casamentos e/ou na criação do filhos;

2 – Não reconhecer o próprio valor, primeiramente como ser humano, pode levar uma pessoa a se tornar escravo (por vontade própria) daquilo que vai destruí-la;

3 – A hipocrisia da sociedade, quando oferece perfeição e felicidade por meio de ideologias revolucionárias. Tudo é ilusão, e no final das contas muitos jovens que se enveredam por esses caminhos tortuosos, ambíguos e extremistas, encontram a insatisfação e a infelicidade;

4 – A pureza sexual, que é ridicularizada por muitos jovens, mas que na verdade faz parte do auto-cuidado e maturidade emocional;

5 – Saber dizer “Não”, mesmo quando a “turma” vai zoar/zombar, e reconhecer seus próprios limites é algo fundamental para saber viver a vida.

Achei bastante interessante a forma como o autor conta a história desde o começo. O personagem Beto tem uma espécie de EQM (Experiência Quase Morte) e durante esse tempo, ele (sua alma) passa por um período de avaliação de toda a sua vida. Ele recebe uma nova chance de fazer tudo diferente: a forma como se enxerga, a forma como trata seus pais, a forma como encara sua vida em geral. Tudo gira em torno de escolhas e suas consequências…


E a morte aparece de um jeito diferente nessa história. Muitas vezes as pessoas não têm noção do quanto ela é real e está, como diz na história, recebendo ordens. Mas ordens de quem, será?

Não sei se você sabe, mas Deus é o dono da vida e da morte. Ele tem ciência de tudo o que acontece, e todo o controle está em Suas mãos. Nada foge de suas vistas, inclusive a vida humana e tudo o que fazemos nesta terra. Isso não é sobre religião, mas é sobre vida e morte…É sobre a vida terrena e a eternidade…e a forma como escolhemos viver aqui na Terra pesa tremendamente em nossa eternidade.

Se você acha que estou dizendo coisas sem fundamento, basta pesquisar sobre o que a própria ciência diz sobre EQMs. Há vários relatos na Internet de pessoas que tiveram experiências muito parecidas com a do personagem Beto. Retornaram à vida pois receberam do Dono dela, uma nova chance de viver. Elas, na verdade não morreram, mas tiveram uma experiência sobrenatural. Isso, portanto, é algo real.

“Um Outro Dia”, é um verdadeiro livro de autoajuda, onde verdades são contadas de forma que os leitores (principalmente os mais jovens) entendam e se orientem. Tenho certeza de que muitos deles se identificam com os personagens, pois tenho alguns ex-alunos, adolescentes, que leram esse livro e obtiveram muitos esclarecimentos sobre si mesmos e sua conduta de vida.

Como disse o autor na Introdução, esse livro foi aquele que iniciou sua carreira literária…foi o primeiro de todos e por causa do prêmio que ganhou do Ministério da Cultura, foi um grande estímulo para o autor mergulhar de vez no mundo da escrita.

Vale muito a pena ler “Um Outro Dia”, um livro inspirado na Vida e que abrange desde relacionamento com os pais até política…ah, e não poderia faltar também um romance pra adocicar o gosto amargo das drogas.

E, de quebra, pra complementar a Resenha, deixarei aqui o vídeo da Resenha do livro no YouTube. Falo algumas coisas que não estão aqui e falo mais sobre a questão do sistema educacional:

Vou ficar por aqui, e até alguma próxima resenha de livros, ou de filmes ou séries 😉

–por Prila P. Fernandes

Lei de Direitos Autorais n° 9.610/98

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HOMETOWN CHA-CHA-CHA

Terminei de assistir a série há dois dias e farei uma breve resenha aqui. Provavelmente esta será a última resenha de doramas que farei…não sei se vou parar de assistir a doramas, mas mesmo que eu continue assistindo, talvez eu não faça resenhas. Estou pensando em fazer, posteriormente, comparações (em vários aspectos) entre as séries que assisti.

De todas as séries asiáticas que assisti (“Sorte com você”, “Pousando no amor”, “Snowdrop” e “Meu romance secreto”), essa teve o final sem graça. Pelo menos foi que achei…em relação ao desenvolvimento da trama, o final poderia ter sido melhorzinho.

Outra coisa é que o desenvolvimento da personagem principal foi extremista…O antes e depois dela foi discrepante. Antes de namorar ela era de um jeito e quando começou a namorar mudou da água pro vinho. Ficou parecendo uma criança mimada, cheia de melosidades (grudenta), de dengo e tomando a frente das situações em alguns momentos (chegou a pedir o namorado em casamento! Bem ridícula). Às vezes chegava a ser irritante. Com todo esse jeitinho dela, ela ainda conseguia o que queria…e não precisava ser assim. Acho que, na verdade, eu não gostei dela como gostei das protagonistas de séries anteriores. Foi isso (risos).

Já o desenvolvimento do personagem principal, o Chefe Hong, foi muito bonito e emocionante. A história dele é bastante profunda, apesar de nos primeiros episódios não parecer que ele seja um personagem sofisticado. Sua gentileza extrema (e sorriso cativante) esconde um pouco o mistério que paira sobre ele. Gostei do sorriso dele, é sério. Acho que de todos os protagonistas homem das séries que assisti, ele foi o que mais gostei. Não é fechado ou imaturo como os outros. O Chefe Hong é o mais equilibrado e no ponto certo (risos).

O cara sabe lidar com cabeça de mulher (risos)

Nos últimos episódios, a trama adquire altas cargas dramáticas e a história do Chefe Hong fica bem pesada. Mas o intuito dos produtores, acredito eu, foi mostrar o poder do perdão e de como é possível viver livre da culpa e começar tudo do zero.

E o que falar dos moradores da vila de Gongjin? São personagens intensos e até mesmo excêntricos. Cada um deles tem sua história de vida carregada de muitas batalhas internas, rejeições, decepções e superação. A presença desses moradores, principalmente a senhora Gam-hi (vovó que ajudou o Chefe Hong), são a moldura envolta dos personagens principais e contribuem com toda a trama, além, é claro, de transmitir muitas lições de vida aos telespectadores da série.

Esses dois não são moradores da vila, mas fazem um papel importante nela. Pena que esse cara não é como o Chefe Hong, e, por isso, a senhorita ao lado quase desaparece da vida dele. Eu a entendo.

Enfim, a série “Hometown Cha Cha Cha” nos ensina diversas lições sobre a vida e, principalmente, sobre relacionamentos. Eu não poderia deixar de destacar a culinária, é claro, que ganha espaço em praticamente todos os episódios e me deixou com vontade de comer lámen (risos). Bom, acho que isso é típico de séries asiáticas, não é?

Os doramas, em geral, são lindos e seguem, basicamente, o mesmo esquema: lições de vida e alguns valores são transmitidos, a história real dos personagens são contadas quase no final e tudo parece que é muito simples de acontecer, coisa que já cansei de ver, porque sei que a vida real não é assim. Legal ver isso com personagens fictícios, mas bem que poderia acontecer na vida real, não é mesmo?

–por Prila Pacheco

MY SECRET ROMANCE (dorama coreano)

Sabe aquela série que de tão fofinha chega a parecer um cupcake docinho e gostoso ou uma tortinha de morango cheia de chantilly? Pois é, acho que essa é a melhor comparação que eu poderia fazer com a série coreana “My secret romance” (Meu romance secreto).

Já vou deixar aqui a trilha sonora completa da série, porque ela é muito lindinha…as músicas são realmente bonitas e casam muito bem com as cenas:

Terminei de assistir na semana passada, mas só agora consegui parar pra fazer a resenha. Geralmente gosto de fazer resenhas assim que assisto as séries, ou pelo menos, uns dois dias depois, mas como “My secret romance” tem apenas 14 episódios, não tem tanto conteúdo para eu me aprofundar. Por causa disso fica mais fácil fazer a resenha dela 1 semana depois.

A princípio, a série é bem simples e até dá uma impressão de que não tem muita história. Porém, a partir do episódio 10 os conflitos ficam mais dramáticos…


Lee Yoo-mi, uma garota de vinte e poucos anos, é despedida de seu emprego e vai pra uma balada escapar de seus problemas. Dias depois, sua mãe se casa novamente (pela “enésima” vez) e é a partir desse episódio que a vida dela começa a mudar, ou seja, a trama começa a acontecer

Yoo-mi conhece Cha Jin-wook, um rapaz rico e do estilo filhinho de papai, no resort onde acontecera o casamento da mãe dela. O resort pertence ao pai de Cha, contudo o rapaz não conhece Yoo-mi como o filho do dono do resort, e sim, como um empregado. Você poderia achar isso bem estranho, não é mesmo? Mas é que o pai de Cha quis dar um castigo ao filho, e o mandou pro hotel para trabalhar como funcionário temporário e aprender a obedecer ordens. Na verdade, o casal se conhece dentro de um ônibus a caminho do hotel, e de uma forma bem constrangedora (e um tanto engraçada) para Yoo-mi.

Cena em que Cha e Yoo-mi se encontram no hotel. A abertura de cada episódio sempre é em forma de história em quadrinhos com as principais cenas do episódio

Cha Jin-wook é daquele tipo de cara que se “sente”, sabe? Mas Yoo-mi mexe com o coração dele logo nos primeiros dias… e então acontece algo inesperado na trama: os dois se envolvem de um jeito tão avançado que eu quase não acreditei que estava vendo aquilo em um dorama coreano. O casal simplesmente transa dentro de um carro quando mal se conheciam.

Tudo começou com esse diálogo…
Depois o beijo, e então ele ficam juntos por uma noite

Dentro do carro as cenas não são tão explícitas, mas são bem marcantes para uma série coreana. O fato de terem ficado bêbados talvez explique isso, mas eu realmente fiquei surpresa em ver que uma série coreana mostrar algo tão íntimo logo no início da história, até porque até hoje nunca vi, em nenhuma série asiática, um casal se envolver sexualmente assim que se conhece.


Bom, tive que dar esse baita de spoiler aqui mas foi necessário, pois muita coisa no desenrolar da história estará ligado a esse caso de uma noite. Na verdade, todo o drama tem a ver com isso.

Yoo-mi passa 3 anos sem reencontrar Cha e quando isso acontece, imagine em quais circunstâncias? Ela é a nutricionista da cafeteria da Daebok, uma empresa de cuecas masculinas cujo diretor é Cha. O dono da empresa é o pai dele, mas ele não deixa de ser o “manda-chuva” lá dentro.

A comédia se dá pelo fato de Yoo-mi ter que olhar na cara de Cha praticamente todos os dias e fingir que não se lembra dele. Ele se lembra muito bem dela, inclusive sentira saudades, mas a moça é muito resistente, o que leva Cha a criar inúmeras estratégias para que ela o trate normalmente.

Ele inventa várias desculpas pra ela ter que ficar fazendo comida depois do horário de trabalho, pede marmita todos os dias, etc…ainda mais depois que descobre que o melhor amigo dela, o jovem escritor romancista Kim Jae-young, está “cercando-a”.

E os mal-entendidos entre eles? Cha chegou a pensar que o irmãozinho de Yoo-mi, de 3 anos de idade, poderia ser filho dele, e começou a tratar o menino como se fosse seu filho (risos). Outra coisa engraçada foi a respeito do bojo de sutiã da Yoo-mi, que Cha guardou depois do dia que ficou com ela. Não porque ele fosse algum pervertido, mas porque ela fugiu (com o casaco dele) e ele não sabia do paradeiro dela.

Por que será que a protagonista tentava tratar seu chefe como se eles nunca tivessem se envolvido? Yoo-mi fazia de tudo pra que o contato deles fosse somente profissional porque tinha medo de sofrer. Tinha medo que ele a visse como apenas um caso de uma noite. Ela tinha muitos traumas de infância e adolescência por causa de sua mãe, que era uma atriz de filmes sensuais.

O cavalheirismo e cuidado de Cha Jin-wook para com a Yoo-mi

Seus colegas da escola a maltratavam e zombavam dela com base no que viam sua mãe fazer na TV. Por isso, a pobre moça pensava que sua mãe era a maior culpada por seus infortúnios. Detestava a fama que a mãe tinha e não queria vê-la nem pintada.  Yoo-mi nem sequer conseguia namorar alguém, porque pensava que os rapazes a considerariam uma moça qualquer.

Cha também possuía seus problemas internos, como, por exemplo, ter visto seus pais se separarem quando ainda bem pequeno e cresceu longe da mãe. Se tornou um homem com mágoa do pai e com medo de perder quem amava, e por isso passou 3 anos apaixonado por Yoo-mi, sem conseguir se envolver com ninguém. Ele tentava encontrá-la, mas não conseguia.

Para concluir, a série ensina muito sobre autoimagem, bullying, atitudes cometidas sem pensar antes, atitudes cometidas em nome do status social, egoísmo, relacionamento de aparências, falta de amor a si próprio (desvalorização), culpa e perdão. “My secret romance” tem um início picante e o restante todo doce e quase que ingênuo. Fico impessionada como as séries coreanas conseguem misturar tudo isso e tornar coisas simples em profundas.

Um outro casal surge no final da série…
Cha Jin-wook e Yoo-mi fazendo planos para o futuro, mas ops…essa ainda não é a festa de casamento deles

Ah, lembra da primeira música da trilha sonora? Pois é, achei um vídeo onde os atores que fazem o casal da série cantam juntos

1 – o protagonista/ 2 – a protagonista/ 3 -o melhor amigo de Yoo-mi/ 4 – a jornalista apaixonada por Cha desde a adolescência/ 5 – a mãe de Cha
6 – o pai de Cha/ 7 – o assessor e amigo de Cha / 8 – a mãe de Yoo-mi / 9 – o irmão de Yoo-mi / 10 – a líder da equipe de cozinha/ Os personagens de lenço na cabeça são da equipe de cozinha

E agora, partiu continuar a assistir “Hometown cha cha cha”…é porque enquanto eu assitia “My secret romance “, estive na casa da minha prima e assistimos a “Hometown…”. Como eu gostei, fiquei de assistir depois que terminasse “My secret romance” (risos)

—por Prila Pacheco

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